A ponte está ali: os tabuleiros de concretos percorrendo por alguns quilômetros, mas a sustentação acontece por meio de cabos de aços. Esses, por sua vez, são fixados em pilares, também de concreto. Essas estruturas são conhecidas como pontes estaiadas ou viadutos estaiados, cujo conceito vem ganhando espaço e se destacando no Brasil — seguindo uma tendência que teve início no mercado chinês da construção civil.
Esse modelo de ponte é usado para transpor médios e grandes vãos e estão sendo bastante usadas por diversos motivos: maior preocupação de órgãos públicos e empresas com os elementos estéticos, aperfeiçoamento da tecnologia — com materiais mais resistentes e avançados — e o uso de ferramentas, como os softwares para computadores, que facilitam a análise das estruturas.
Como são feitos os viadutos estaiados?
Os viadutos estaiados têm como ponto a absorção dos esforços da parte superior do seu tabuleiro, pois é lá que estão os cabos de aços fixados em uma estrutura também de concreto, está última apoiada em um bloco de fundação. Esse modelo de construção garante a sustentação do tabuleiro, a absorção dos esforços e a segurança de quem transita por ali.
Os cabos de aço utilizados na composição podem ser presos em forma de leque, levando em consideração um ponto fixo no pilar de sustentação ou colocados em forma de harpa, com os cabos partindo paralelamente de vários pontos do pilar, ou mesmo misturando esses dois modelos. O uso das pontes ou viadutos estaiados é aconselhável para vãos superiores a 200 metros. No entanto, não devem ser usados em locais que exigem curvas muito acentuadas ou com rampas.
Quais as vantagens deste tipo de obra?
Além dos aspectos estéticos, este tipo de construção facilita a ocupação de vãos médios e longos. As pontes e viadutos estaiados ainda permitem que os engenheiros executem a obra sem ter que necessariamente interromper o tráfego no local da obra.
Com o uso dos estais — cabos de aço — o tabuleiro pode ser mantido suspenso, enquanto a estrutura é montada e, assim, os veículos podem circular normalmente. Esta é uma solução eficiente para aqueles lugares em que o trânsito não pode ser interrompido, nem mesmo por algum tempo.
Porém, para que se possa obter sucesso com esse tipo de construção é preciso planejamento. Estruturas de concreto podem sofrer com o chamado colapso progressivo, ou seja, com o tempo a ponte ou viaduto pode ir se deteriorando, o que pode causar sérios transtornos. Por isso o planejamento é tão importante, principalmente, por levar em consideração as forças da natureza — chuvas, maresia etc. — que podem atuar nesse sentido.
Quais são as pontes e viadutos estaiados construídos no Brasil?
A cidade de Guarulhos, em São Paulo, construiu em 2007, em parceria com o Governo Federal, uma ponte com 28 estais que sustentam uma estrutura de 180 metros. Ainda em São Paulo, mas na capital, existe a ponte Octávio Frias de Oliveira, inaugurada em maio de 2008, e que conta com 144 estais e faz a ligação entre a Avenida Roberto Marinho e a Marginal Pinheiros.
A capital paulista absorveu bem essa tendência e a utiliza bastante. O viaduto estaiado Padre Adelino é mais um exemplo e tem um vão de 122 metros. Ao todo são 48 cordoalhas de cabos de aço e os engenheiros responsáveis pela obra afirmam que tem durabilidade de 100 anos. Essa tecnologia, ainda, permite que, em caso de reparos, a obra seja feita sem a necessidade de intervenção na pista de trânsito.
E você, conhecia as pontes e viadutos estaiados? O que achou dessa tecnologia? Deixe-nos um comentário com as suas impressões.
Por que utilizar estruturas de aço em obras de construção?